O que são Probióticos?

Probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Eles ajudam a manter o equilíbrio da microbiota intestinal e podem influenciar positivamente diversas funções corporais.

Quem Precisa Usar Probióticos?

  1. Pessoas com Distúrbios Gastrointestinais

    • Síndrome do Intestino Irritável (SII): Probióticos podem ajudar a reduzir sintomas como dor abdominal, inchaço e diarreia;
    • Doença Inflamatória Intestinal (DII): Úlceras, colite ulcerativa e doença de Crohn podem ser beneficiadas com certas cepas probióticas;
    • Diarreia Associada a Antibióticos: Prevenção e tratamento da diarreia causada pelo uso de antibióticos.
  2. Pessoas com Distúrbios Metabólicos:

    • Obesidade e Síndrome Metabólica: Certas cepas podem ajudar na regulação do metabolismo e na redução da inflamação;
    • Diabetes Tipo 2: Probióticos podem contribuir para o controle glicêmico.

Situações Recomendadas para a Probioticoterapia

  • Após o Uso de Antibióticos: Para restaurar a microbiota intestinal.
  • Durante Episódios de Diarreia: Para reduzir a duração e a severidade da diarreia, especialmente em crianças.
  • Prevenção de Infecções Vaginais: Em mulheres com histórico de infecções recorrentes.
  • Suporte ao Sistema Imunológico: Durante períodos de estresse, viagens ou mudanças na dieta.
    1. Principais Cepas de Probióticos e suas Indicações

      1. Lactobacillus rhamnosus GG

        • Indicações: Diarreia associada a antibióticos, diarreia infecciosa, eczema em crianças.
        • Doses: 1-10 bilhões de CFU/dia.
        • Modo de Usar: Oral, cápsulas ou sachês.
      2. Bifidobacterium longum

        • Indicações: Síndrome do intestino irritável, constipação, suporte ao sistema imunológico.
        • Doses: 1-10 bilhões de CFU/dia.
        • Modo de Usar: Oral, cápsulas.
      3. Saccharomyces boulardii

        • Indicações: Diarreia associada a antibióticos, prevenção de diarreia em viajantes.
        • Doses: 250-500 mg, 1-2 vezes ao dia.
        • Modo de Usar: Oral, cápsulas.
      4. Lactobacillus reuteri

        • Indicações: Prevenção de infecções respiratórias, cólica infantil.
        • Doses: 100 milhões – 1 bilhão de CFU/dia.
        • Modo de Usar: Oral, gotas ou cápsulas.
      5. Bifidobacterium lactis

        • Indicações: Suporte imunológico, constipação, síndrome metabólica.
        • Doses: 1-10 bilhões de CFU/dia.
        • Modo de Usar: Oral, cápsulas ou alimentos fortificados.

        Evidências Científicas

        1. Síndrome do Intestino Irritável (SII):
          • Estudos mostram que cepas como Bifidobacterium infantis e Lactobacillus plantarum podem reduzir sintomas como dor abdominal e inchaço.
          • Referência: Ford et al., 2014, American Journal of Gastroenterology.
        2. Diarreia Associada a Antibióticos:
          • Lactobacillus rhamnosus GG e Saccharomyces boulardii são eficazes na prevenção de diarreia causada por antibióticos.
          • Referência: Hempel et al., 2012, JAMA.
        3. Saúde Mental:
          • O uso de Lactobacillus helveticus e Bifidobacterium longum foi associado à redução de sintomas de ansiedade e depressão.
          • Referência: Messaoudi et al., 2011, British Journal of Nutrition.
        4. Prevenção de Infecções Respiratórias:
          • Lactobacillus rhamnosus GG pode reduzir a incidência de infecções respiratórias em crianças e adultos.
          • Referência: Hatakka et al., 2001, BMJ.

        Modo de Usar

        • Cápsulas e Comprimidos: Devem ser ingeridos com água, preferencialmente durante as refeições para proteger as cepas durante a passagem pelo estômago.
        • Pós e Sachês: Podem ser misturados com água, sucos ou alimentos não quentes para garantir a viabilidade das cepas.
        • Gotas: Indicadas para crianças e devem ser administradas diretamente na boca ou misturadas com líquidos frios.

          Mais evidências…

          Saúde Mental

          1. Ansiedade e Depressão:
            • Estudo: Um estudo randomizado, controlado por placebo, investigou o efeito de uma combinação de Lactobacillus helveticus e Bifidobacterium longum em indivíduos com sintomas de ansiedade e depressão.
            • Resultados: Houve uma redução significativa nos escores de ansiedade e depressão no grupo que recebeu probióticos, comparado ao grupo placebo.
            • Referência: Messaoudi et al., 2011, British Journal of Nutrition.
          2. Eixo Intestino-Cérebro:
            • Estudo: Um estudo investigou os efeitos de Bifidobacterium longum NCC3001 em pacientes com Síndrome do Intestino Irritável (SII) com comorbidade de depressão.
            • Resultados: A administração de Bifidobacterium longum levou a uma redução significativa nos sintomas depressivos e na atividade das áreas cerebrais associadas ao processamento emocional.
            • Referência: Pinto-Sanchez et al., 2017, Gastroenterology.
          3. Estresse:
            • Estudo: A administração de Lactobacillus casei Shirota foi associada a uma diminuição na ocorrência de sintomas de estresse e melhoras no humor em trabalhadores submetidos a condições de alta pressão.
            • Referência: Takada et al., 2016, Psychosomatic Medicine.

          Doenças Gastrointestinais

          1. Doença Inflamatória Intestinal (DII):
            • Estudo: A cepa Escherichia coli Nissle 1917 foi comparada com mesalazina na manutenção da remissão em pacientes com colite ulcerativa.
            • Resultados: Os resultados mostraram que E. coli Nissle 1917 foi tão eficaz quanto a mesalazina na manutenção da remissão.
            • Referência: Kruis et al., 2004, Gut.
          2. Síndrome do Intestino Irritável (SII):
            • Estudo: A cepa Bifidobacterium infantis 35624 demonstrou melhorar os sintomas de SII, incluindo dor abdominal, distensão e irregularidades intestinais.
            • Referência: Whorwell et al., 2006, Gastroenterology.
          3. Diarreia Associada a Antibióticos:
            • Estudo: Meta-análise sobre a eficácia de Saccharomyces boulardii na prevenção da diarreia associada ao uso de antibióticos.
            • Resultados: Redução significativa na incidência de diarreia em pacientes que tomaram S. boulardii comparado aos que não tomaram.
            • Referência: McFarland, 2010, The American Journal of Gastroenterology.

          Doenças Metabólicas

          1. Obesidade e Síndrome Metabólica:
            • Estudo: Um estudo investigou o efeito de uma mistura de Lactobacillus rhamnosus e Bifidobacterium lactis em indivíduos obesos.
            • Resultados: Houve uma redução significativa no peso corporal e nos marcadores de inflamação, sugerindo um potencial benefício na gestão do peso e na redução do risco de síndrome metabólica.
            • Referência: Kadooka et al., 2010, European Journal of Clinical Nutrition.
          2. Diabetes Tipo 2:
            • Estudo: Pesquisa avaliou o impacto de Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium bifidum em pacientes com diabetes tipo 2.
            • Resultados: Houve uma melhoria no controle glicêmico e na sensibilidade à insulina, além de uma redução nos marcadores inflamatórios.
            • Referência: Ejtahed et al., 2012, Nutrition.

          Saúde Imunológica

          1. Prevenção de Infecções Respiratórias:
            • Estudo: Crianças que receberam Lactobacillus rhamnosus GG diariamente apresentaram uma redução significativa na incidência de infecções respiratórias e dias de ausência escolar por doença.
            • Referência: Hatakka et al., 2001, BMJ.
          2. Alergias:
            • Estudo: O uso de Lactobacillus rhamnosus GG em lactentes de alto risco para alergias reduziu a incidência de eczema atópico.
            • Referência: Kalliomäki et al., 2001, The Lancet.

          Saúde Cardiovascular

          1. Redução do Colesterol:
            • Estudo: Cepas como Lactobacillus reuteri foram investigadas pela sua capacidade de reduzir os níveis de colesterol LDL em adultos.
            • Resultados: Redução significativa nos níveis de colesterol LDL após a administração de probióticos.
            • Referência: Jones et al., 2012, European Journal of Clinical Nutrition.

          Saúde Urogenital

          1. Infecções Vaginais:

            • Estudo: Uso de probióticos como Lactobacillus rhamnosus e Lactobacillus reuteri em mulheres com vaginose bacteriana.
            • Resultados: Melhoras significativas na microbiota vaginal e redução da recorrência da vaginose bacteriana.
            • Referência: Anukam et al., 2006, Microbes and Infection.