2) COMPLICAÇÕES E COMORBIDADES DO DIABETES
O diabete melito do tipo 2 é uma desordem metabólica geralmente decorrente de resistência periférica à ação do hormônio insulina. A não competência pancreática em manter níveis glicêmicos normais, ainda que às custas de hiperinsulinemia, precipita o surgimento do diabetes mellitus. Essa moléstia, no próprio contexto de sua fisiopatologia, frequentemente associa-se a outras condições, como hipertensão arterial, obesidade e dislipidemia. Estas congregam a chamada síndrome plurimetabólica, ou síndrome de resistência insulínica, que, em sua evolução, determina o desenvolvimento de complicações cardiovasculares. As complicações macrovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade nos pacientes com diabete do tipo 2, compreendendo doença coronariana, doença vascular cerebral e doença vascular periférica(12).
O estado diabético predispõe o paciente a complicações crônicas que geralmente surgem após 10 anos de doença e que provoca invalidez temporária ou permanente e/ou abreviam sua vida. Essas complicações dizem respeito principalmente as artérias(macroangiopatia), os pequenos vasos e capilares, sobre tudo os rins e da retina(microangiopatia), e ao tecido nervoso.
Quanto à aterosclerose,não parece ser diferente da que afeta os não diabéticos,a não ser quanto à sede, intensidade e precocidade de instalação.
No que se refere a microangiopatia diabética é lesão que afeta pequenas arterólas,vênulas e capilares, caracterizando-se, essencialmente, por um espessamento da membrana basal capilar de distribuição universal. Os rins e a retina são os principais órgãos afetados microangiopatia, o que condiciona possível encurtamento da vida por insuficiência renal ou cegueira, respectivamente.
A patogenia da microangiopatia é complexa e ainda discutida, parecendo influir, na sua instalação, alterações metabólicas consequentes à deficiência insulínica, com modificações reológicas na microvasculatura , que propiciam a isquemia tissular. A instalação e o curso da microangiopatia se correlacionam com a duração do diabetes e com o grau de seu controle.
A obesidade tem sido considerada um importante risco de mortalidade precoce, há porém, diferentes gradações de risco, dependendo da região de deposição da gordura. Os maiores riscos estão associados à sua deposição abdominal, principalmente quando se consideram os riscos metabólicos e cardiovasculares. Além disso, os estudos demonstram que é a gordura intra-abdominal ou visceral o componente mais deletério por suas características metabólicas. De fato, estes adipócitos são maiores, mais lipolíticos e mais próximos do sistema venoso portal. Assim, oferecem ao fígado um suprimento de ácidos graxos livres que estariam envolvidos na gênese da resistência à insulina, do diabetes tipo 2 e num perfil lipídico típico de denominada síndrome metabólica.
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