Antes era um problema só de adultos. Agora não. Cada vez mais temos notícias de colesterol alto em crianças. O que está acontecendo? Alimentação ruim e falta de exercício estão por trás desse problema que, se não tratado desde cedo, pode gerar doenças cardiovasculares na idade adulta. Obviamente o fator genético está por trás de boa parte dos casos, mas uma revisão da alimentação das crianças é fundamental para que os cuidados certos sejam colocados em prática. Lembre-se: a genética pesa e muito em várias doenças mas as condições ambientais podem mudar isso e a alimentação personalizada pode fazer muito por todos nós.
No caso da dislipidemia em crianças, o que mais nos assusta é o aumento do LDL, o colesterol ruim, mas é preciso também atenção ao HDL, ou seja, ao bom colesterol. Quando baixo também não é interessante.
As consultas de rotina com o pediatra são decisivas para que o problema seja flagrado por exames porque o colesterol elevado não causa sintomas perceptíveis. Quanto mais cedo for descoberto e tratado melhor será para a criança. Vale lembrar que crianças com peso adequado também podem ter o colesterol elevado, ou seja, nada como uma boa avaliação.
Reeducação alimentar! Essa é a chave para controlar o colesterol das crianças. Não adianta cortar frituras e biscoitos recheados apenas.
O cuidado precisa ir além. Deve englobar casa, escola, final de semana, família. Pais, cuidadores, educadores, avós, todos precisam falar a mesma língua. O resultado é uma alimentação mais saudável para todos.
Alguns cuidados fundamentais:
- Substituir o leite integral pelo desnatado. Usar também em preparações como molho branco, purês, bolo. As vitaminas presentes na gordura podem ser obtidas por meio de outros alimentos;
- Utilizar rotineiramente o suco de uva roxa integral;
- Os derivados do leite merecem atenção especial. Trocar a manteiga tradicional pela de azeite. Alguns queijos são mais magros. É o caso do cottage e da ricota. Mas, dependendo da situação, é preciso ainda mais cuidado. Nesses casos, o requeijão deverá ser 0% de gordura e o queijo minas também deve ser 0%. Esses produtos poderão ser usados em preparações, sanduíches, etc;
- Creme de leite e maionese devem ser substituídos por versões vegetais ou por preparações caseiras como molhos de iogurte natural desnatado e creme feito com tahine e castanha de caju;
- Picolés: evitar os cremosos. Usar somente de limão, uva, manga, ou seja, sem leite;
- Salgadinhos de pacote devem ser evitados;
- O uso de vitaminas contendo aveia, linhaça (1 colher de sobremesa/dia) e fruta é indicado. Uma opção é bater esses ingredientes com leite desnatado e abacate;
- Trocar sorvete por sorbet, ou seja, os à base de frutas com água;
- Chocolate: preferir o amargo, sem adição de leite. Existem marcas que utilizam leite de arroz ou soja na formulação. São indicados também;
- Cacau em pó: além de ajudar a melhorar o colesterol, pode ser usado em bolos, mousses, no leite;
- Barras de cereais: existem várias que são isentas de leite;
- Cereal matinal: preferir os integrais ou trocar por aveia, gérmen de trigo, granola;
- Macarrão: de sêmola, sem ovos. Evitar massas frescas.
- Iogurte: isento de colesterol, ou seja, gordura zero.
- Doces: evitar de leite, pavês, mousses. Preferir os de frutas.
- Biscoito: preferir versões integrais e os cookies sem adição de produtos animais;
- Bolo: usar a receita de costume, trocando manteiga por óleo, excluindo o ovo e colocando leite desnatado;
- Pão: francês, integral, evitando os pães feitos com ovos, manteiga;
- Ovos: usar até 2 por semana;
- Alimentos fritos como batatas e mandiocas podem ser feitos no forno;
- O pão de queijo pode ser feito com queijo minas magro, sem ovos, com leite desnatado e com adição de uma batata à massa;
- Hambúrguer pode ser feito em casa com carne magra e aveia;
- Preparações como souflês, purês, tortas, gratinados devem ter a receita adaptada de modo que ingredientes como queijo, ovos e leite sejam substituídos.
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