O termo “colágeno” é utilizado para denominar uma família de 27 aminoácidos encontrados nos tecidos conjuntivos, sendo considero o elemento estrutural mais importante para o nosso corpo e presente na pele, tendões, músculos, ossos, ligamentos, cartilagem e vários outros tecidos.
Existem alguns tipos de colágenos, porém os mais estudados e presentes em nosso corpo são: tipo I, tipo II, tipo III. O colágeno tipo I é o principal componente estrutural da matriz extracelular, presente na pele, tendões e ossos. É o mais indicado para tratamento e prevenção do envelhecimento por ser responsável pela manutenção da estrutura da derme. Já o colágeno tipo II é mais abundante nas cartilagens, sendo responsável por formar fibrilas e age juntamente com o sistema imunológico para tratamento das articulações, melhorando a mobilidade, resistência, tração e firmeza da cartilagem. O colágeno tipo III é comumente encontrado nas artérias, no músculo dos intestinos e do útero e em órgãos como o fígado, baço e rins. As fibras deste tipo de colágeno apresentam certa elasticidade e, por isto, são sempre encontradas em órgãos de forma variável.
A síntese de colágeno varia durante os diferentes estágios da vida e a proporção, entre os tipos nos tecidos, também muda conforme a idade. Com o passar dos anos, a capacidade de reabastecer colágeno diminui naturalmente cerca de 1,5% ao ano, e as fibras tornam-se mais espessas e curtas. Essa alteração é mais evidente na fase adulta, principalmente após os 25 anos de idade, quando é possível observar o surgimento de desgaste articular, linhas de expressão e sulcos agravados pela força da gravidade. Este processo é acelerado por radicais livres – subprodutos tóxicos das células provenientes de uma má alimentação, exposição ao sol em excesso, poluição, tabagismo, uso de álcool e estresse. Portanto, uma dieta antioxidante é fundamental.
Atualmente é possível encontrar diversos tratamentos para a redução do colágeno, incluindo procedimentos mais ou menos invasivos, orais ou tópicos. Dentre esses métodos podemos citar a suplementação via oral, disponível na versão pó ou cápsula. Porém, vale ressaltar que. por ser uma proteína, é necessário ter uma ingestão diária adequada para que a mesma não seja utilizada em outras funções no organismo, perdendo o objetivo da suplementação.
A recomendação diária de colágeno varia de acordo com a necessidade de cada indivíduo e tecido a ser tratado – pele, cartilagem, intestino, etc – porém os estudos comprovam a eficácia do consumo de 9g de peptídeos de colágeno (partículas menores de colágeno tipo I – mais facilmente absorvidas pelo organismo) e 40mg de colágeno tipo II. É importante salientar que a ingestão de alguns precursores como vitamina A, vitamina C e silício também devem estar adequadas e nas doses corretas, para que a absorção do colágeno seja mais eficaz.
Consulte um nutricionista para adequar seu plano alimentar de acordo com suas necessidades nutricionais.
REFERÊNCIAS
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Rev. bras. geriatr. gerontol. vol.19 no.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2016
REAC/EJSC | Vol. 12| e4653|DOI: https://doi.org/
ADRIAENSSENS, K. C. A. Suplementação de colágeno hidrolisado e seu impacto no tratamento de osteoartrite e reumatoide: Uma revisão da literatura. 2016. 28f. Trabalho de conclusão de curso Graduação em Nutrição. Centro Universitário de Brasília- UniCEUB, Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde- FACES, Brasília 2015.
Texto: Carolina Restori – nutricionista da Rede Nutrício