Defina-se o ácido fólico como uma vitamina do complexo B, também conhecida como folato. Essa vitamina é indispensável para o indivíduo em qualquer idade e/ou faixa etária, porém a carência desta vitamina torna-se maior em mulheres em idade fértil.
As gestantes são mais susceptíveis a desenvolver deficiência de folato provavelmente devido ao aumento da demanda desse nutriente para o crescimento fetal e dos tecidos maternos. Outros fatores que contribuem para a deficiência do folato são a dieta inadequada, hemodiluição fisiológica gestacional e influências hormonais.
Diversos estudos demonstram a redução de incidência das malformações do tubo neural Diversos estudos demonstram a redução de incidência das malformações do tubo neural por meio da suplementação periconcepcional com ácido fólico entre um e três meses antes da concepção até o final do primeiro trimestre de gestação. Apontam também para a redução no risco de ruptura da placenta, de restrição do crescimento intrauterino e parto prematuro, assim como prevenção de doenças respiratórias na infância e da Síndrome de Down.
As recomendações nutricionais de 1989 (RDA) indicavam um consumo de 0,18mg/dia para mulheres adultas e de 0,4 mg/dia para gestantes. Em 1992 o Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) recomendou para as mulheres que planejassem engravidar e com história familiar negativa de defeitos do tubo neural a ingestão de 0,4 mg/dia, mas para aquelas com alto risco (história prévia de filhos com defeitos do tubo neural) a recomendação era dez vezes maior: 4 mg/dia. Em 2000, o Institute of Medicine, dos Estados Unidos, elevou as recomendações nutricionais e estabeleceu 0,4mg/dia para mulheres e 0,6 mg/dia para gestantes.
No Brasil a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada de proteína, vitaminas e minerais em 2005 que, no caso do ácido fólico, é equivalente ao proposto pelo Institute of Medicine em 2000. Considera-se difícil alcançar os requerimentos de folato com uma dieta normal equilibrada (sem alimentos fortificados), pois esta fornece cerca de 0,25 mg/dia considerando o valor energético total de 2.200 Kcal diárias.
As melhores fontes de folato são as vísceras, o feijão e os vegetais de folhas verdes como o espinafre, aspargo e brócolis. Outros exemplos de alimentos fontes de ácido fólico são: abacate, abóbora, batata, carne de vaca, carne de porco, cenoura, couve, fígado, laranja, leite, maçã, milho, ovo, queijo. A folacina não é estável ao calor e por isso o processamento de alimentos a temperaturas elevadas resulta em perdas consideráveis de ácido fólico; a cocção dos alimentos reduz 50% do seu teor.
A exemplo do que ocorreu em diversos países, no Brasil o Ministério da Saúde deliberou e a ANVISA abriu consulta pública para discutir a fortificação de farinhas com micronutrientes. Durante este processo a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) sugeriu a fortificação com ácido fólico. Seguiu-se regulamentação da adição de ferro e ácido fólico às farinhas de trigo e milho no Brasil pela RDC nº 344 da ANVISA que determinou, a partir de junho de 2004, que cada 100 g destas farinhas contenham 0,15 mg de ácido fólico. Este teor é comparável ao americano e canadense (0,14 mg e 0,15 mg respectivamente), porém inferior ao chileno (0,22 mg). Certas organizações americanas têm recomendado que a fortificação seja de 0,35 mg/100g de produto.
Sugere-se ainda que políticas públicas se fazem necessárias para intervir em programas sociais que levem informações e divulgações a respeito das consequências da carência dessa vitamina em gestantes, informações essas que atinjam não só as mulheres, mas sim familiares e postos de saúde que prestam atendimento, bem como profissionais de saúde.
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Elaborado por: Priscila de Cerqueira Grasso – Nutricionista